Investimento de US$ 300 milhões na Bahia pode tornar candidato a Rei do Cacau dono da maior fazenda de cacau do mundo.


O fazendeiro Moisés Schmidt está à frente de um ambicioso projeto no município de Riachão das Neves, no oeste da Bahia: a criação da maior fazenda de cacau do mundo. Com investimento estimado em US$ 300 milhões, o empreendimento é conduzido pela empresa familiar Schmidt Agrícola, que começou a se preparar para esse movimento em 2019, antecipando um déficit global no fornecimento da amêndoa.

A fazenda ocupará uma área de 10 mil hectares e aplicará técnicas típicas da agricultura em larga escala — semelhantes às usadas em plantações de soja e milho. Os cacaueiros estão sendo cultivados em terrenos planos, com alta incidência solar, e organizados em fileiras compactas que permitem a mecanização total da irrigação, além da aplicação eficiente de fertilizantes e defensivos.

Apesar de ser o maior e mais inovador projeto da região, Schmidt não está sozinho. Grandes grupos agrícolas também apostam na cacauicultura no Cerrado baiano. A gigante Barry Callebaut, maior fornecedora mundial de cacau e chocolate, negocia parceria com a Fazenda Santa Colomba para desenvolver uma plantação de 5 mil a 7 mil hectares no município de Cocos, também no oeste do estado.

Com esses investimentos, o Brasil pode se posicionar como um novo polo global do cacau, desafiando a hegemonia da África Ocidental. “Acredito que o Brasil vai se tornar uma região importante para o cacau no mundo”, afirma Schmidt, enquanto acompanha o desenvolvimento das lavouras em sua fazenda-modelo.

A expectativa do empresário é de que, nos próximos dez anos, o país possa cultivar até 500 mil hectares de cacau de alto rendimento, o que resultaria em uma produção de até 1,6 milhão de toneladas por ano — volume equivalente ao da Costa do Marfim, atual líder mundial. Hoje, o Brasil produz menos de 200 mil toneladas anuais.

Os primeiros 400 hectares do projeto já estão em operação e mostram produtividade média de 3 mil quilos por hectare — dez vezes mais que a média brasileira e quase oito vezes acima do rendimento típico da Costa do Marfim, de 500 kg/ha.

Ainda assim, o sucesso em larga escala depende de fatores de mercado, especialmente o preço. Schmidt, no entanto, está otimista. Segundo ele, sua operação já seria rentável com o cacau a US$ 4 mil por tonelada. “Acima de US$ 6 mil, é muito lucrativo, muito melhor do que soja ou milho”, garante.


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