O Brasil enfrenta uma das piores secas dos últimos anos, com os reservatórios das hidrelétricas operando com menos de 40% da capacidade. A falta de chuvas e o aumento na demanda por eletricidade devido ao calor intenso colocam o sistema energético em estado de alerta.
A hidrelétrica de Belo Monte, que sozinha responde por 11% da capacidade nacional de geração de energia, também está sendo fortemente impactada pela baixa no nível do rio Xingu. A Agência Nacional de Águas (ANA) declarou situação crítica de escassez hídrica no Xingu, entre outros importantes rios da bacia amazônica, como os rios Madeira e Purus.
💡 Dependência das hidrelétricas: No Brasil, 75% da energia elétrica vem das hidrelétricas, o que torna o país extremamente vulnerável a períodos de seca. A falta de chuvas ameaça o abastecimento de energia e força o acionamento das termelétricas, que são mais caras e poluentes.
Com a diminuição nos níveis de água, o governo já autorizou a redução da vazão mínima em algumas usinas para conservar os recursos hídricos. No entanto, isso também reduz a capacidade de geração de energia, complicando ainda mais o cenário.
Impacto na conta de luz: Para compensar a queda na geração hidrelétrica, usinas termelétricas estão sendo acionadas, o que resulta em aumento nos custos de geração. Em outubro, os consumidores brasileiros sentirão esse impacto diretamente, com uma cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
Aumento da seca no Xingu e outros rios: Além da escassez de energia, a seca está afetando o transporte fluvial e o abastecimento de água em diversas regiões. O nível crítico do Xingu ameaça inviabilizar a navegação em alguns trechos e agrava as condições de municípios que dependem dessa bacia.
A ANA já emitiu quatro declarações de situação crítica de escassez hídrica em 2024, abrangendo, além do Xingu, outras importantes bacias, como a do Paraguai e o trecho baixo do rio Tapajós.
Medidas preventivas: O governo está recomendando ações preventivas para garantir o suprimento de energia e evitar apagões, mas a perspectiva de recuperação depende da regularização das chuvas nos próximos meses. Enquanto isso, consumidores e empresas devem preparar-se para aumentos na tarifa de energia e no custo da água.